25.10.16

Estas paredes cor de rosa, perdão, as minhas paredes cor de rosa, parte dois

e a festa que se seguiu. os saltos e os gritos no meio da cozinha. o coração a bater mais depressa. a casa era nossa. a casa. o resto da noite e o dia seguinte foram um desenrolar rápido de ações das quais não tenho qualquer recordação, afinal, finalmente tínhamos encontrado um sítio a que podíamos chamar nosso. o desafio seguinte foi a mudança. éramos quatro e entre nós contavam-se doze malas e mais uns quantos sacos. o corredor tornou-se demasiado pequeno com tantas malas. na verdade, tudo se tornou demasiado pequeno com tantas malas, principalmente a vontade de subir e descer escadas com elas. lembro-me do aperto de mão com o agente da casa e do momento em que eles nos passou a caneta para assinarmos o contrato. era oficial. estavamos em dezembro e estava um frio de rachar da rua. deixamos as malas todas no corredor [agora demasiado pequeno] e chamámos um táxi para ir ao centro comercial, que fechava dentro de duas horas. tínhamos duas horas para comprar tudo o que íamos precisar para sobreviver na primeira noite. duas horas mais tarde voltámos para casa, carregados de sacos, almofadas e edredons - umas quantas dezenas de euros mais pobres. e constatámos o que até aí tínhamos preferido ignorar: as malas não podiam ficar indefinidamente no corredor. ah, e constatámos também que estava na altura de tornar aquela casa a nossa casa.

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