28.9.21

how it feels to get over you.

setembro 2021

o post abaixo foi a última entrada do meu documento do coração partido. a última entrada foi, caso não tenha sido claro, escrita para outra pessoa. já não me lembrava que tinha sido assim que o documento tinha terminado, mas lembrava-me perfeitamente da história: tinha acabado de me mudar para um país novo, o meu primeiro namorado e eu tínhamos decido acabar com a relação porque ele não queria sair de portugal. e, como qualquer bom primeiro amor, foi o fim do mundo. estilhaçou-me o coração em mil pedaços. demorei meses a recuperar. conheci outra pessoa. passámos uma semana juntos num hotel na noruega enquanto trabalhávamos. o frio que estava na rua era só mais uma desculpa para juntarmos os edredons. ele ajudou-me a perceber que o fim do mundo não precisava de ser necessariamente o fim do mundo. fui ficando melhor. aprendi que amores há muitos. mas, claro, deixei-me ir por algo que parecia ser mais do que era na realidade. e o coração partiu outra vez.
este documento que aqui partilhei com vocês é a história que nunca vos contei. a história de como fiquei com o coração partido antes mesmo que ter acabado de colar todas as peças de volta. a história de como o que já pequeno era, mais pequeno ficou. a história de como as lágrimas que eram tão fortes, demoraram ainda mais tempo a secar. a história de como um amor substitui sempre o anterior, façamos o que façamos, mas como isso nem sempre é uma coisa positiva.
na altura, esta história derrubou-me. mandou-me ao chão. uma e outra vez. demorei mais de um ano a ultrapassar. achei que nunca ia conseguir parar de chorar. achei que nunca ia parar de doer. achei que nunca ia parar de sentir a falta dele, um deles, dos dois.
mas quatro anos depois, olho para esta história e sorrio com carinho. eramos novos. ainda somos, mas eramos mais. o primeiro amor é suposto ser trágico. se não for trágico, se não te destruir, aprendeste realmente o que querias? o que não querias? tornaste-te na pessoa que querias ser por ti e para ti? ou andas a viver na ilusão doutra pessoa? o primeiro amor é suposto ser trágico. no meu caso, também o foi o meu segundo amor. mas o meu segundo amor nunca foi meu. não era amor. não sei o que era, mas ao estilo duma das melhores rúbricas deste blogue, o amor é outra coisa. mas foi o que ajudou a perceber que amores há muitos. a pesoa certa não é só uma pessoa. existem várias pessoas certas. existem diferentes pessoas certas para cada momento das nossas vidas. amores existem muitos, e ainda bem.
às vezes confrontamo-nos com aquelas perguntas parvas do se pudesses voltar atrás, mudavamos alguma coisa? - não sei o que mudava, provavelmente conseguiria pensar numas quantas coisas, mas esta não era uma delas. os amores. o coração partido. a confiança. a auto-descoberta. as borboletas na barriga. amores há muitos e posso ter passado por uns quantos amores que não foram o amor certo. mas foram certos na altura. e guardo-os com carinho. por me terem feito chegar onde estou hoje. vão sempre fazer parte da minha história. amores existem muitos, e ainda bem.

3 November, 2017

Sometimes i miss you so much that i’m sure it will never go away. 

You’re everywhere. In that plane, in the jumpseat, holding the other end of my trolley, in the crew rest, in the hotel room, on my phone. Everything reminds me of you. I can’t make it go away. It’s been months since the first time i saw you, in that stupid corner at the airport. Two or three days later and you kissed me. It was just a kiss and yet it was so much more for me. I felt so good during that week. Working with you the entire day, sharing the galley, the trolley, the aisle with you. Going back to the hotel with you. It seemed impossible at that time, maybe because in reality it really was – i know it now. But you kissed me. And now you don’t even talk to me. It’s been months since that day and you’re everywhere. And yet here i am, hoping that next time i see you, you’ll kiss me again, even if only for that week. I want that feeling to come back. Those butterflies in the stomach. How stupid can i possibly be? You broke me deep. You’re everywhere. Everything reminds me of you. I miss you so much and it hurts so so much. Why did you have to run away like you did? Why couldn’t we even try? And why am i still picturing you when i never had you. You were never mine. Why does the memory of you have to mess with me up so much? 

There’s a song that says i pick my poison and it’s you. You’re in that song too. 
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