25.3.14

Da confusão que é a psicologia

acabaram-se hoje as sessões de mestrado. fui a quatro, armada em aplicada. dinâmica, sistémica e cognitivo-comportamental e vamos lá ver o que é que a clínica tem para oferecer. para além disso também fui a cognição social aplicada. queria ir a recursos humanos & organizações mas quando decidi que se calhar era uma boa ideia inscrever-me nesta coisa das sessões, já tinha passado a data dessa. fiquei triste triste triste. excluí logo educacional que tenho mais que fazer do que aplicar testes psicotécnicos que nada concluem a alunos do 9º ano e clínica da saúde & da doença que isto enquanto há saúde é tudo muito giro mas já se sabe que o foco desta área é pessoas doentes e essas deprimem-me. então sobraram aquelas quatro. o que eu vos tenho a dizer: cognição social aplicada até podia ser giro por causa da psicologia do consumidor que isto de fazer as pessoas querer o que nós queremos que elas queiram é para lá de fixe mas quando os quatro alunos desse núcleo que estavam à frente da sessão nos disseram que para escolher esta área é preciso gostar mesmo muito muito muiiiiito disto porque aqui somos sempre muito poucos - este ano, por exemplo, há sete alunos neste núcleo - o que significa que este mestrado nem sequer é mal organizado, não é organizado e pronto. também é um mestrado relativamente novo nesta faculdade, por isso é um 'mestrado em construção'. quer isto dizer, por exemplo, que não existem grandes estágios nem temas de tese definidos, somos nós que temos de ver o que queremos fazer, onde o queremos fazer e como é que o podemos fazer. e a seguir a isso temos de mexer uns cordelinhos e arranjar protocolos para isso eu desisti logo da ideia. se é para fazer um mestrado então, por favor, não me dêem ainda mais trabalho do que ele já exige 'tá bem? agradecida. sobraram áreas de clínica. eu, que sempre disse que, em princípio, não tinha feitio para uma área de clínica. então: sistémica é giro porque terapias de grupos e isso tudo pode ser interessante mas muita gente junta não é interessante na maioria das vezes. i mean, se lidar com uma pessoa às vezes já é difícil... sim sim, eu sei: "em sistémica também se aplica terapia individual, mano a mano" mas não me pareceu que estudar a pessoa nos seus contextos seja a coisa mais interessante do mundo, que me perdoem os sistémicos desta vida. cognitivo-comportamental pareceu giro mas quando as meninas da sessão disseram esta área tem vantagens sobre as outras na medida em que vai buscar métodos e procedimentos e formas de abordagem um bocadinho a todas as áreas. é muito importante estarmos constantemente a ler sobre as outras áreas, de forma a completamentar a nossa forma de aplicar a terapia, eu pensei giro mas a minha cabeça por si só já é confusa, vou querer meter-me numa área que é a mistura de todas? e elas ainda nos avisaram que a transição do 3º para o 4º ano foi um choque porque é uma das áreas mais exigentes. mas depois disseram mas não se assustem!, nada. mas agora, tenho de confessar: as meninas de dinâmica conquistaram uma boa parte de mim quando se puseram a falar da interpretação de desenhos e aplicação do teste de rorschach. ou não é a coisa mais fixe de sempre saber o que as pessoas pensam a partir das coisas mais banais? adoro. para além disso, disseram que era a área que se foca no porquê - por que é que isto acontece; o que é que faz isto acontecer; o que aconteceu antes que está a provocar isto? - awesome, que eu sou uma pessoa de porquês. e ainda o facto de ser a área em que as pessoas falam falam falam falam falam falam sem nenhum foco em específico e no fundo está lá tudo. lindo. analisar pessoas, lindo. portanto, fiquei embaiçada com dinâmica. agora, a questão que se me passa pela cabeça é: e paciência? isto é, não me imagino com paciência suficiente para passar hoooooras da minha vida a ouvir a mesma pessoa, falar da mesma situação vezes e vezes sem conta e aquilo não anda nem desanda porque estas coisas levam tempo até se notarem melhorias. e este é o problema de todas as áreas de clínica, certo? um problema. haja paciência. e venha daí o 3º ano com uma cadeira de cada área a ver se se faz luz. ou então que se acenda uma vela.

2 comentários:

  1. estou aqui em choque com essas descrições. mas a ver vamos: educação tem a vertente de desenvolvimento e aconselhamento, não é só escolas. tem éne empregabilidade, é bom ires a uma sessão. pelo menos a parte de desenvolvimento é gira gira. segundo os testes projetivos (eg: teste de rorschach) podem aplicar-se em todas as áreas, não são exclusivos da dinâmica, tsá? terceiro, sistémica existe em meia dúzia de países actualmente, e é a área das metáforas além mar. quarto, dinâmica ainda tem muito da influência de freud, jung & cia, lê um bocadinho sobre eles. agora é uma área de porquês quanto são todas as outras, não é por aí. o que se passa é que eles vêm simbolismos em tudo.

    agora, só a título de curiosidade, sempre te imaginei em organizações.

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    1. Pê, senti a indignação a correr-te nas veias enquanto lia o teu comentário.
      Mesmo assim, educação continua a parecer-me uma área chatinha e de qualquer forma a sessão também já foi. Mas calma que para o ano pode haver mais outra vez. Quem sabe.
      Testes projetivos: as meninas é que me disseram que eram exclusivos de dinâmica, zanga-te com elas que eu, nisto das psicologias, ainda ando a naufragar.
      Nao morro de paixoes por Freud & cia mas a cena dos simbolismos parece uma coisa interessante. Vai daí talvez não.

      A titulo de curiosidade, também eu própria me comecei a imaginar em organizações. Sempre que me farto das pessoas penso 'organizações'. Mas isto é tudo um mistério. A psicologia é um mistério. Como tal, decidi que isto é preocupação para ter no próximo ano que por agora a vida ainda é bonita :D

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