19.7.13

Eu também tenho histórias com bichos em geral e insetos em particular

não gosto de insetos. É simples. Aquela história do encontrar aranhas dá dinheiro comigo nunca pegou. E já se sabe que, se sou pessoa para dar gritinhos [a minha vergonha] quando me assusto, também sou pessoa para dar gritinhos quando vejo insetos a menos de cinco metros de mim [vergonha]. Mas como se não bastasse já essa pseudo-fobia de insetos [vá, digamos, para ser mais ligeiro e para eu me sentir um bocadinho melhor: fazem-me impressão, vá] eu sou uma pessoa que gosta de pensar um passo mais à frente. Gosto de saber o que aí vem antes de vir. E se há coisa que, neste campo, me deixa perturbada é estar a olhar para um inseto e saber que se o esmagar vou sentir aquele pshhh debaixo do meu pé. O pânico, o pânico. Para além disto, eu também sou uma pessoa que sofre com falta de pontaria. É. Não há remédio. Se os insetos são assustadores enquanto os estamos a ver, quando os deixamos de ver é que é o ai jesus que eu não aguento estas emoções fortes. Das minhas sagas de caça à melga já estão vocês carecas de saber. Junta-se a falta de pontaria e é coisa para durar horas. Horas. E se eu me deitar e voltar a ouvir um zzzz de melga, lá vamos nós outra vez. Mas as melgas é o mínimo. O mínimo dos mínimos. Mas um dia apareceu-me um abelha no chão da cozinha. E eu estava sozinha em casa. E era uma abelha! E era gorda e gigaaante! Corri para a outra ponta da casa e liguei à minha mãe, já a descambar para o pânico está uma abelha no chão da cozinha mãe! Socorro! Faz alguma coisa! claro que a minha mãe estava a uns bons quilómetros de distância e não havia nada que ela pudesse fazer para me salvar. Estava entregue à minha sorte. Há um inseticida ao pé dos detergentes, disse-me a minha mãe. E então eu podia contar-vos a história de como despejei metade de um inseticida em cima de uma abelha. E não esquecer a forma como a minha mão, qual quê, todo o meu corpo tremeu durante o processo. A dar passinhos de passarinho em direção à abelha, inseticida em punho. Senti-me a enfrentar um dragão e não uma abelha que estava tão quietinha no chão da cozinha. Mas era gigaaante, não esquecer. Depois de ter afogado a bicha em meia embalagem de inseticida e de ter feito uma pequena piscina no chão faltava a parte mais difícil: remover o cadáver. E então podia contar-vos a história de como gastei meio rolo de toalhas de papel de cozinha para pegar numa abelha morta. E mesmo depois de já ter deitado lá meia embalagem de inseticida, a aproximação ao cadáver voltou a ser feita em passinhos de passarinho, toalhas de papel numa mão, inseticida na outra - só por via das dúvidas. Quando finalmente ganhei coragem para me aproximar dela e removê-la da zona, deitei a bola de papel de cozinha no caixote do lixo [sem nunca a apertar por causa dos pshhh], dei imediatamente um nó no saco do lixo e corri porta fora para ir deitar aquilo no contentor da rua, não fosse ela sair do meu caixote no lixo em busca de vingança. Por causa desta história da vingança, acredito convictamente que quando mando qualquer tipo de inseto para a sanita, e mesmo depois de puxar o autoclismo, o inseto vai subir pelos canos e voltar para me fazer mal. Pânico. E também sou pessoa de personificar uma torneira no que diz respeito a insetos, ou ainda me lembro dum dia em que estava em casa com a minha irmã, eu na sala, ela no quarto a dormir, e aparece uma varejeira na sala. Sabem, aquelas moscas enormes que fazem barulho quando batem nos obstáculos. Tenho sérios problemas com isso. Fechei a porta da sala e corri para o quarto da minha irmã. Está uma mosca gigante na sala, tens de lá ir, tens de lá ir, tens de lá ir! claro que a única coisa que ouvi em resposta foi um abre a janela e deixa-me dormir. Passadas umas horas a minha irmã foi dar comigo no meu quarto, de porta fechada. Claro que eu, umas horas antes, depois de ter fechado a porta da sala não voltei a lá entrar e recolhi-me ao meu quarto, porta bem fechada à espera que alguém tratasse da situação. Também houve uma vez, alguns dias depois desse episódio, em que entrei no prédio e estavam duas, duas!, moscas dessas ao pé das caixas de correio. Acho que nunca subi as escadas do prédio tão rápido. Ou a primeira vez que vi uma centopeia na minha vida, na minha casa! Foi recentemente e logo de manhã. Entrei eu na casa de banho, super ensonada, e quando olho para o chão, lá está ela! Dei um grito da-que-les. Oh paaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiii está um bicho enoooorme na casa de banho!!! e quando o meu pai me perguntou que bicho era eu respondi não sei, mas tem montes de patas! Vai tirá-lo dali, tira tira tira tira. E só depois de ter dito isso em voz alta é que equacionei que um bicho com monte de patas só pode ser uma centopeia e desta vez gritei pela minha mãe: oh mãããee está uma centopeia cá em casa!!!. Todo um episódio de drama logo às sete e meia da manhã, para me certificar que estava toda a gente bem acordada. Mas a história não fica por aqui. Logo na manhã seguinte [na manhã seguinte, nem deixam uma pessoa recuperar!] estava eu a ir da sala para a cozinha, depois de ter comido uma taça de cereais, quando me deparo com outra centopeia no mesmo sítio onde, anos antes, tinha estado a abelha. Soltei um dos meus gritinhos de susto e o meu pai, que também estava na cozinha, olhou para mim. Está aqui outra centopeia!. Ok, não sei o que se passou nesses dois dias mas confesso que na terceira manhã eu me encontrava num estado muito mais alerta, não fosse haver um ninho de centopeias ou coisa que o valha escondido algures cá em casa.

1 comentário:

  1. seeei. insectos + canalizações = terror. diálogo interno 'ah estou a mandá-lo lá para baixo mas ele vai é procriar e aparece-me aqui com a família para se vingar de mim'

    e acho que foste muito corajosa com o insecticida. eu não me atrevo a tanto. (x

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