30.12.12

Das palavras

nunca tive muito jeito para perceber as palavras à primeira. Desde pequenina que achava que aquelas listas onde as pessoas assinam para tentar mudar coisas eram os baixassinados e nunca tinha percebido que raio de coisa era essa. Um dia descobri os abaixo-assinado e o meu mundo ganhou outra cor. Também me lembro de em alguma situação agora não muito importante, ter achado que todos nós tínhamos um pulgar (sim, o dedo). E já passei pela fase de dizer forão em vez de forum, embora sempre tenha sabido como se escrevia a palavra. Felizmente, devem-se contar pelos dedos de uma mão (ou pelos pulgares, se preferirem) as vezes em que me saiu um quaisqueres. Esses plurais múltiplos sempre me fizeram uma certa comichão e orgulho-me de ser uma dos poucos portugueses que diz essa palavra bem. Há uns anos, já numa onda de felicidade, tinha a mania de escrever felismente porque achava que o z ali no meio não ficava nada bem. Já para não falar da minha ainda atual dislexia com as relevâncias (e escrevi revelâncias à primeira tentativa, verdade seja dita). Outra coisa que me orgulho é de saber quando é que o á tem agá. Mas ainda me lembro do dia em que descobri que o há bocado fiz isto também tinha agá. Não fazia sentido, até que me disseram que era existe um bocado que fiz isto. O meu mundo voltou a ganhar novas cores. Há uns tempos encontrei um bilhete escrito por mim para a minha irmã, no alto dos meus 6 anos, onde se podia ler à-manhã queres brincar comigo? sim, foi um descoberta assustadora saber que eu escrevia à-manhã. Também foi só quando já andava no 6º ano que descobri que se escrevia outubro e não outobro, o que se torna ainda mais preocupante tendo em conta que é o mês dos meus anos. Outra coisa que sei perfeitamente é que ontem ficaste para jantar mas quando vês que nunca vais ganhar aquela discussão, ficas-te por aí. E quem me dera que a taxa de pessoas que sabem isso fosse maior. Também nunca tive a mania de dizer bigo em vez de umbigo, mas adoro a piada do plural de umbigo ser doisbigos, ah-ah-ah. E essa coisa dos iogurtes serem ógurtes também nunca foi comigo. Regra geral, não gosto de gerúndios (os brasileiros e os alentejanos que continuem falando assim) nem de frases exclamativas (fazem-me sempre lembrar gritos!) e frases com muitos pontos de exclamação só em caso extremo!!!!!. Uma coisa que nunca percebi foi, a propósito daquilo de quando as pessoas estão indignadas usarem um ponto de interrogação e um de exclamação juntos, quererem pôr vários e saírem-se com um ?????!!!!!!. Não, não é bem isso que vocês (e felismente sei que não se escreve voçês, ao contrário de muito boa gente) querem, vocês querem que estejam alternados, está bem?!?!?!?! Também me lembro do dia em que me ensinaram que não se põe espaços antes das vírgulas (mas depois sim) nem a seguir aos parêntesis ( nem antes ) quando se escreve no computador. Foi para aí na primeira vez que usei um para escrever e surpreende-me como é que há pessoas que não sabem isso. E para aquelas pessoas que escrevem duma maneira esquisita e depois nós não percebe-mos nada porque há tracinhos onde não devia haver nada, aqui fica a dica: mes, tes, ses, nos, vos e lhes nunca se pegam, o mos não está incluído pois não? Então deixemsse disso.

ps: atenção aos itálicos.

4 comentários:

  1. Tens aí uma incorrecção (e um ou outro erro ortográfico que vamos atribuir a lapso durante a escrita e não outra coisa qualquer! ehehe). Tu, efectivamente, achavas que se dizia "umbigo" porque cada pessoa tinha apenas um, portanto, achavas que a palavra era "bigo" :) foi possivelmente uma das explicações mais fofas que ouvi de alguém com os seus 3 ou 4 anitos! Também me lembro que depois de eu e a mãe te explicarmos que a estranha realidade é que se diz "umbigo" e "dois umbigos" (logo que conseguimos para de rir com a tua anterior lógica!) teres ficado com novas cores no teu mundo :P

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  2. Por acaso nunca fui de dar muitos erros, sempre fui mais de corrigir, mas não sou perfeita, de vez em quando também me sai assim uma ou outra palavra errada. Quando era mais nova escrevia "cascol" em vez de cachecol, estupidez para mim tinha um "s" no final e não um "z"... E algumas mais das quais já não me lembro... Hoje em dia há um erro que eu ouço e vejo muita gente cometer: "ouvisto" em vez de "ouvido", este não resisto corrijo sempre. Quanto aos pontos de exclamação, eu sou uma das pessoas que usa e abusa dele no final das frases.

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  3. odeio gramática, erro sempre que respiro. sorry!

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  4. ahahah! que giro! como é que tem lembraste disto tudo de uma vez? Eu cheguei a escrever 'muinto' em vez de muito, porque me fazia confusão não se ler 'muíto'.... é a única que me lembro assim de repente :P

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