Olha lá, isto é quase uma dissertação sobre a vida!

Crescer é saber que há escolhas que temos de fazer por nós próprios. Coisas que temos de decidir sozinhos e, mesmo que deitemos um olhar a pedir ajuda à mamã, a resposta não irá surgir dali. São escolhas difíceis. Muito mais complicadas que o que vou vestir amanhã? ou devo ser eu a mandar mensagem primeiro?. São coisas que nos tiram o sono e que nos fazem ficar acordados até às cinco da manhã de uma terça feira, a olhar no escuro, a tentar perceber o que fazer. Crescer é pesar os riscos das nossas ações, arriscar sempre que nos apetecer e assumir as consequências. É saber ver os vários caminhos que uma situação pode ter e tentar escolher o melhor. Crescer é andar num trapézio sem rede de segurança por baixo. É assustador. É cair e esfolar o joelho. Crescer é uma das coisas que requer as maiores doses de coragem. É levantarmo-nos a seguir à queda e tentar outra vez. É assumir que as coisas mudam e que, de uma forma ou de outra, vamos acabar por nos arrepender de algumas decisões que tomámos. Vamos achar que desperdiçámos todas aquelas horas no escuro. Vamos não saber ligar com as consequências. Vão surgir coisas que não antecipámos, mesmo depois de termos analisado tudo de uma ponta à outra, vezes e vezes sem conta. Vamos não querer sair da cama de manhã, não querer tomar mais decisões, não querer enfrentar a realidade. Vamos querer voltar à nossa zona de conforto. Vamos chorar como crianças. Crescer é ganhar consciência que há coisas que nos ultrapassam e, mesmo assim, correr com todas as nossas forças para não ficarmos para trás. Crescer é sair de casa todos os dias, dizer bom dia com o nosso melhor sorriso por muito mau que o dia anterior tenha sido. Crescer é mudar de cidade, mudar de ares, conhecer novas pessoas. Confiar e errar. Confiar e acertar. Crescer é ter coragem de dar o nosso melhor em tudo, tendo consciência que nem sempre o nosso melhor irá ser o suficiente. E continuar.