16.8.12

Houve um dia em que lhe escrevi uma carta

nunca a cheguei a enviar, claro. Como poderia? O exercício de escrever cartas é ótimo por si só, não precisamos de as enviar para já nos sentirmos melhor. Escrever cartas é, na maior parte das vezes, expormo-nos ao ridículo. O que pensamos e acabamos por escrever nelas é, maioritariamente, ridículo. E não vale a pena dizermos que não. Mas e então? O rídiculo é bom. É bom, ou pelo menos deveria ser, termos a coragem de assumir o que escrevemos nas cartas que é sempre, sempre, tão mais profundo que tudo o resto. Mas daquela vez tão tive. Não fui, também, capaz de deitar aquelas folhas fora. Para quê? São minhas e têm-me a mim lá. Ninguém as irá ler. E um dia vou deitá-las fora. Até lá guardo-as para me lembrar que houve um dia em que lhe escrevi uma carta.

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