5.1.12

O ano da morte de Ricardo Reis

« (...) há frases que pareceram espontâneas, produto da ocasião, e só Deus sabe que mós as moeram, que filtros as filtraram, invisivelmente, por isso quando alcançam a exprimir-se caem como sentenças salomónicas, o melhor, depois delas, teria sido o silêncio, o melhor seria que um dos dois interlocutores se ausentasse, o que as disse, ou o que as ouviu, mas no geral não é assim que procedem, as pessoas falam, falam, até que vem a perder-se por completo o sentido daquilo que, em um instante, foi definitivo e irrefragável. »

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