22.11.17

One year ago today

mudei-me da ilha mais fria para a ilha menos fria. e nos doze meses que se seguiram a minha vida deu uma volta de 360 graus. se me contassem, eu não acreditava.
here's to life changing decisions.

20.11.17

17.11.17

Manganet, porque raio estás a fazer publicações às seis da manhã?

não estou. são dez da noite na califórnia.

Para reparar

hoje é dia dezassete do onze do dezassete.

Let it rain, let it pour. Let the tears come down like a waterfall.

 I'd rather live with the pain than die feeling nothing at all.

Sabes que tens alguém no rostering que gosta de ti quando

te dão folga no natal por dois anos consecutivos e o voo para a passagem de ano que tinhas pedido.

O amor é

hoteis que deixam a pessoa das entregas de comida levar-te a comida ao quarto em vez de te obrigarem a ir à receção buscar.

15.11.17

Determination is the new sexy

pessoas que respondem às tuas mensagens de uma só linha com seis mensagens de seguida e várias perguntas pelo meio.

14.11.17

Do you believe in life after love?

pior do que o amor, só mesmo uma crush daquelas que se fica pelo que poderia ter sido. o amor acaba e nós vamos à nossa vida, um bocadinho mais partidos ou mais amassados da luta, já depende de cada pessoa. mas uma crush que nunca chegou a ser nada... essa não te dá luta e o que não amassa o corpo, sempre amassou o cérebro.

Sabem aquela sensação da treta

quando depois duma conversa ter terminado é que te lembras de tudo o que poderias [deverias] ter dito? um valente cocó.

3:30h

sempre que volto à blogosfera questiono-me porque é que tinha deixado de cá vir de forma regular.

13.11.17

A parte má de não ter ido trabalhar

é que a joana tinha deixado uma surpresa para mim na crewroom e eu não a pude ir buscar.

Quem te manda?

ao longo dos últimos dois meses que andava a dizer a mim mesma se ao menos soubesse o motivo, as coisas podiam ficar mais fáceis. oh senhores, era tudo mentira e da grossa, que agora que sei os motivos ficou tudo só mais parvo, não mais fácil.

12.11.17

Yup

quando dizes a ti mesma não cries expectativas, convenhamos, elas já estão bem criadas e tu estás só a tentar não pensar nelas.

11.11.17

Manganet vs. o jetlag

cheguei a casa à uma da tarde e estou desde essa altura a querer ir dormir. passei o dia a editar vídeos para não adormecer. nailed it.

22:22h

vira o disco e toca ao mesmo: estou novamente a questionar-me se devo ir buscar as bolachas.

Emigrante bimba vezes infinitos

um erro ortográfico em cada publicação. pá, não tem perdão. camões está a dar voltas no caixão à minha pala. qualquer dia sou obrigada a devolver o passaporte português. que vergonha, que vergonha...

10.11.17

O episódio número 300 de grey's

all we can do is keep breathing.

Cenas que os passageiros me dizem e que fazem o meu dia

thank you so much for your help. you're very kind and very very good at your job. i wish that more people with jobs that demand customer care would have your level of patience and willingness to listen, help and provide solutions.

9.11.17

Se há coisa que me faz muita confusão

são pessoas que, tendo menos de 30 anos, não sabem falar inglês.
é do género: atualmente, ninguém tem desculpa para chegar a essa idade sem perceber o básico dos básicos do inglês. a menos claro que vivam de baixo duma pedra, nesse caso retiro o que disse.

00:35h

alguém que me dê um bom motivo para eu não ir agora mesmo buscar um pacote de bolachas ao armário.

Manganet aos 23 anos

acredito que, até prova em contrário, todas as pessoas são boas pessoas. por vezes, até mesmo com provas em contrário. acho que ainda está para vir um problema que o gelado não ajude a resolver. tenho muita muita dificuldade em tomar decisões e, depois de feito, fico sempre a questionar-me se foi a decisão certa. não gosto de montanhas russas e tenho medo de gatos. os gatos, porém, tendem a gostar de mim - segundo os seus donos. tenho mais livros na minha estante de livros para ler do que aqueles que consigo ler. não sei gostar de nada ao de leve. quando gosto, torna-se imediatamente a minha coisa preferida até lhe perder o interesse por completo. nunca mais me voltei a esbarralhar no chão desde que deixei de ter aulas de educação física - muitas vezes ainda me questiono como consegui sobreviver a doze anos daquilo. continuo a ter mais perguntas do que respostas mas a vida faz-me sentido. acordo [quase] todos os dias com a certeza de que estou onde queria estar, pelo menos por agora. não sou boa a fazer grandes planos para o futuro. aceitei que - por mais cliché que seja - só tem um coração partido quem se deixou amar e fiz as pazes comigo mesma, mesmo nas noites em que choro até adormecer. aprendi a estar sozinha sem me sentir solitária, embora nem sempre me apeteça estar sozinha. tenho a minha própria casa e sabe-me bem estar aqui. a única coisa que me falta é um microondas e talvez um dia trate disso. pela primeira vez em muito tempo, não estou farta do que faço. tenho um trabalho que me faz feliz e, embora seja um trabalho e muitas vezes preferisse ficar em casa de papo para o ar, não me imagino a fazer mais nada neste momento. no início no ano cortei o cabelo bem curto. apeteceu-me. queria ver como me ficava. gostei. há uma certa liberdade que só um cabelo curto nos dá. também já não tenho franja, mas isso já não é de agora. comecei a publicar vídeos regularmente no youtube e há qualquer coisa de fantástico em poder falar sobre os assuntos que me interessam sem me preocupar se estou a aborrecer a pessoa à minha frente ou não. por falar nisso, aos vinte e três anos continuo a falar de mais. dizem-me que conto as coisas carregadas de pormenores e que a maioria das pessoas não consegue fazer isso. eu acho que é só uma forma simpática de me dizerem que conseguiria transmitir a ideia essencial da história sem tanto blá blá blá, mas isso é uma arte que ainda não dominei. a minha mãe continua a insistir que eu devia escrever um livro. as pessoas dizem-me várias vezes que eu dava uma boa psicóloga. não lhes digo nada, mas sorrio sempre perante essa ironia. tal e qual como uma criança de cinco anos, um dos meus pratos preferidos continua a ser douradinhos. e nada faz frente a uma [ou duas] fatias de pudim. os dias não são todos bons e as coisas nem sempre correm como eu achei que iriam correr. há muitas coisas que acho que ficam à quem do seu potencial. sinto sempre tudo demasiado intensamente e isso muitas vezes [quase sempre] deixa-me de rastos. mas há muitos anos atrás alguém me disse é aos poucos que a vida vai dando certo e eu lembro-me dessa frase muitas vezes. aos vinte e três anos aprendi que o auto-amor é necessário e que também o é libertarmo-nos do que nos puxa para trás, que às vezes é preciso dar dois passos atrás para a seguir darmos uns quantos em frente. existem muitas razões para sorrir mas, ainda assim, também não faz mal sentirmo-nos tristes. a tristeza é inevitável e a dor faz parte do crescimento. não tenho jeito para tomar decisões e durante muito tempo questionei várias vezes as grandes decisões que tomei nos últimos dois/três anos da minha vida, mas quando olho para trás não consigo deixar de sentir um certo orgulho em mim mesma por ter sido capaz de não só as tomar, mas também de seguir em frente com elas, mesmo quando parecia que já não estava a ir a lado nenhum.
aos vinte e três anos, não tenho tudo o que sempre quis, mas estou psicologicamente num sítio feliz e sei que estou a caminhar na direção certa. aprendi que a única coisa que cai do céu é a chuva e que os sonhos só se tornam realidade quando fazemos alguma coisa por eles e eu não estou pronta para desistir dos meus.

8.11.17

Qualidade de vida

chegou-me hoje uma encomenda da amazon na qual vinha, entre outras coisas, o meu próximo bullet journal e um rato para o computador. agora sim.

23 coisas que aprendi antes dos 23

1. é preciso saber ir, não só saber deixar ir.
2. as lágrimas secam, mesmo quando demora meses.
3. se puderes conquistar só uma coisa, conquista a tua própria liberdade.
4. a distância aperta os laços.
5. não leva assim tanto tempo a chegar ao outro lado do mundo.
6. o jetlag consegue ser tramado.
7. a parte mais assustadora duma aranha - qualquer aranha - é quando a aranha desaparece.
8. as pessoas têm muita dificuldade em aceitar coisas se não lhes for fornecida uma explicação.
9. nem toda a gente quer o teu bem e nem toda a gente está aqui para te ajudar.
10. existem vários tipos de saudades diferentes.
11. se as janelas estiverem abertas, a porta de casa vai fechar-se sozinha.
12. o dinheiro não compra felicidade, mas paga-te umas férias bem jeitosas.
13. a única forma de fazer um bom trabalho é gostar do que se faz.
14. já dizia o john green: pain demands to be felt.
15. é preciso saber construir barreiras mentais para manter as pessoas feias de espírito longe da tua cabeça.
16. num ano, muita coisa muda.
17. à medida que cresces, o teu círculo de amigos fica bem mais restrito e bem mais importante.
18. o amor próprio não é egoísmo, é uma necessidade.
19. qualquer altura do ano é uma boa altura para comer gelado.
20. nunca vais saber qual é a decisão certa até teres tomado uma decisão.
21. é importante construir uma vida que traga tamanha satisfação que, mesmo num dia mau, consegues dizer a ti mesma é só um dia mau, não uma vida má.
22. as pessoas que se preocupam vão sempre encontrar alguma forma de o demonstrar.
23. não faz mal pedir conselhos. e também não faz mal não os seguir.

Ainda só se passaram dois anos e já estou a ficar uma emigrante bimba

há uns tempos saiu-me a meio duma frase qualquer a palavra cidadões. juro que a minha mãe ficou sem cor na cara.
e agora acabei de ter de googlar a palavra proporção* porque não sabia se se escrevia proporção, proporsão, porpusão, purpoção,... [inserir aqui inúmeras possibilidades, todas elas me passaram pela cabeça].
e a minha mãe diz que eu ando a ler demasiado... não mãe, claramente não ando a ler o suficiente! dêem-me um buraco que eu escondo-me já lá dentro.

* é assim, certo????

Não digas a ninguém

durante muitos meses achei que ias aparecer-me à frente por volta da altura do meu aniversário. ensaiei mentalmente o que dizer, o que fazer, como reagir se [quando] isso acontecesse. muitas vezes achei a ideia rídicula, é claro que isso não vai acontecer, que parvoíce. mas passado algum tempo voltava a acreditar cegamente nisso. parecia-me tão certo, tão óbvio. parecia-me o desfecho final desta história. romântico e dramático qb, como eu achava que o éramos. e então durante meses, meses!, eu sorria com a possibilidade de te voltar a ver. imaginei mil cenários diferentes: no aeroporto quando chegasse, no aeroporto quando estivesse prestes a ir-me embora, mas sobretudo achei que ias tocar à campainha de casa dos meus pais. quando cheguei ao aeroporto, olhei para a pequena multidão que estava na zona das chegadas e obriguei-me a não procurar por ti. até ter saído do aeroporto houve sempre uma parte de mim que, involuntariamente, esperou que me agarrasses o braço. uma cena à filme. os dias passaram-se e eu fui mandando aquela certeza de que ias aparecer embora. um dia tocaram à campainha e eu ignorei. ignorei como faço sempre porque nunca respondo à campainha. depois tocaram outra vez e outra e outra e de repente aquela certeza voltou até mim com toda a força, atingiu-me como um raio. respirei fundo antes de pegar no intercomunicador e fazer a tão parva pergunta do quem é? ninguém respondeu. voltei a perguntar. e perguntei uma última vez enquanto me preparava para ouvir a tua voz ao fim de tanto tempo. ninguém respondeu. fui à janela. era uma senhora que nunca tinha visto na vida e que, pela maneira como olhava para os vários prédios, estava claramente à procura dum número específico. parva parva parva, é claro que ele não iria fazer todos aqueles quilómetros só para te tocar à campainha. e os dias continuaram a passar e eu fui e voltei e tu não apareceste nem tão pouco me deste os parabéns e essa... essa era a única coisa da qual eu tinha mais certeza do que tu ires aparecer: tinha a certeza que não irias deixar passar esse dia sem falar comigo. porque esse era o dia. e enquanto estava sentada naquele avião, a ver as luzes de lisboa ficarem cada vez mais longe, apercebi-me que aquele sim era o desfecho final desta história: a ausência.
há dias em que tenho tantas saudades tuas que me esqueço de como se respira.

Sobre os dias que passei em portugal*

não comprei nenhum livro, mas as minhas amigas ofereceram-me um como prenda de anos, joguei bowling, comi hambúrgueres, tive direito a bolo de aniversário duas vezes, a minha mãe ofereceu-me um livro de colorir para quem não consegue dormir, jogámos jogos de tabuleiro noite dentro até às oito da manhã enquanto bebíamos ice tea em chávenas de chá porque afinal-não-havia-copos, comemos donuts e pipocas, fui ao cinema com o meu pai, voltei a conduzir, fomos passear a cascais com os meus avós, dormi até tarde mas não até demasiado tarde, esgotei horas preciosas da minha vida em filas de espera em bancos, uma das minhas amigas teve dezanove na tese de mestrado, o meu pai fez arroz doce, voltei a pintar o cabelo de vermelho.

* sem nenhuma ordem em específico

Sobre os dez dias que passei em portugal a propósito do meu aniversário

acho que as pessoas lá acreditam seriamente que portugal faz fronteira com a sibéria. a quantidade de pessoal com kispos e camisolas de malha que vi na rua enquanto eu andava de t-shirt.

3.11.17

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existe um documento no meu computador com o meu coração partido. escrevo lá sempre que encontro um dos bocados perdidos pelo chão, numa tentativa parva de que um dia ele volte a ser inteiro.