Sabem aquela sensação quando têm de escrever uma resposta a uma pergunta que mal se percebe, 30 linhas no máximo, formatação definida, começam a ler o artigo que vos foi atribuído, a coisa é chata que dói e as letras tão pequeninas que ponderam seriamente ir buscar a lupa, desistem dessa leitura e cá vai disto começam a escrever como se percebessem muito do assunto, acompanhados das mil páginas de apontamentos tirados nas aulas e sobre os quais não foram disponibilizados os slides (ah, como eu gosto de escrever tudo, tu-di-nho, o que os professores dizem) mas fazem-no à mão primeiro porque toda a gente sabe que quando é para pensar, pensa-se a escrever à mão que as tecnologias não são compatíveis com esse tipo de [des]inspiração, acabam, releem, pensam percebo mesmo disto, contam as linhas, são 41, copiam tudo para o computador em jeito deixa lá ver o que saiu daqui, deixam a alteração do tipo de letra, tamanho e margens para o fim - que as surpresas são sempre a melhor parte -, clic clic clic, abrem o contador e ele diz-vos que têm 21 linhas?* Sabem essa sensação? Essa mesmo. Perfeito. Doses elevadas de auto-realização. Produtividade. Felicidade. Dever cumprido. Tudo. Lindo. Agora já posso ir dormir.

*sim, isto foi tudo uma enorme pergunta.